“A sacarose refinada, comumente chamada de açúcar, é a mais dissimulada droga” dos tempos modernos, segundo William Dufty, autor de Sugar Blues (1975), obra norte-americana que esmiúça os males da substância para a saúde das pessoas. Chamado de radical por uns e revolucionário por outros, a verdade é que Dufty há 40 anos fez um alerta aos perigos do consumo excessivo de açúcar e parece que a população mundial se recusou a ouvi-lo.
De acordo com a Pesquisa de Orçamento Familiar mais recente, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2009, o brasileiro consome 50% mais açúcar do que o limite máximo recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A instituição orienta que o açúcar não pode representar mais de 10% das calorias ingeridas em um único dia, considerando uma dieta saudável para um adulto, 2.000 calorias diárias.
Em 2014 a entidade divulgou novas diretrizes para o consumo de açúcar nas quais mantém a recomendação dos 10% como limite máximo, entretanto aconselha que essa porcentagem seja reduzida para 5%, proporcionando efeitos positivos adicionais à saúde. Em termos práticos, essa taxa equipara-se a 25 g de açúcar por dia, aproximadamente seis colheres de chá.
A taxa recomendada pela OMS diz respeito a todos os tipos de açúcar – glicose, sacarose e frutose, quando adicionados a alimentos processados*. “O açúcar presente naturalmente nas frutas, verduras, legumes e leite fresco não devem ser computados nesta restrição. A ingestão destes alimentos in natura deve ser promovida e estimulada para toda a população, em todas as faixas etárias”.
Os principais benefícios de reduzir e regular o consumo diário de açúcar são: a manutenção peso corporal ideal (IMC – calcule aqui) e a prevenção do sobrepeso e obesidade, que são as principais causas de doenças crônicas não-transmissíveis (DCNTs), em especial o diabetes, a hipertensão e o câncer.
Para as pessoas que estão em situação de sobrepeso, o recomendado pelos especialistas é emagrecer com o acompanhamento de um médico e, se possível, de uma equipe multidisciplinar. Pergunte ao seu médico sobre o sistema de emagrecimento Spatz3, o único balão intragástrico ajustável e com autorização de permanência de até um ano no estômago do paciente.
*Saiba quais são os diferentes tipos de alimentos, segundo o Guia Alimentar para a População Brasileira:
- Alimentos in natura: essencialmente partes de plantas ou de animais. Ex: carnes, verduras, legumes e frutas.
- Alimentos minimamente processados: quando submetidos a processos que não envolvam agregação de substâncias ao alimento original, como limpeza, moagem e pasteurização. Ex: arroz, feijão, lentilhas, cogumelos, frutas secas e sucos de frutas sem adição de açúcar ou outras substâncias; castanhas e nozes sem sal ou açúcar; farinhas de mandioca, de milho de tapioca ou de trigo e massas frescas.
- Alimentos processados: são fabricados pela indústria com a adição de sal ou açúcar a alimentos para torná-los duráveis e mais palatáveis e atraentes. Ex: conservas em salmoura (cenoura, pepino, ervilhas, palmito); compotas de frutas; carnes salgadas e defumadas; sardinha e atum de latinha, queijos e pães.
- Alimentos ultraprocessados: são formulações industriais, em geral, com pouco ou nenhum alimento inteiro. Contém aditivos. Ex: salsichas, biscoitos, geleias, sorvetes, chocolates, molhos, misturas para bolo, “barras energéticas”, sopas, macarrão e temperos “instantâneos”, “chips”, refrigerantes, produtos congelados e prontos para aquecimento como massas, pizzas, hambúrgueres e nuggets.