O balão intragástrico é um dispositivo em formato de esfera, produzido em silicone cirúrgico. Ele é inserido no estômago para auxiliar o ganho de peso. Porém, sozinho ele não faz milagres, é necessário muita disciplina para evitar o reganho de peso, ao final do tratamento.
O tratamento com o balão intragástrico é hoje um dos métodos mais indicados por médicos, para pacientes que precisam perder peso. Sempre com a indicação correta, após exames clínicos e laboratoriais específicos. Saiba mais aqui!
Mas o que é o balão gástrico?
Como dissemos acima, o balão gástrico é uma esfera de silicone cirúrgico criada para ser inflada e inserida no estômago. Desta forma, ela provoca um peso e ocupa um espaço no estômago do paciente, auxiliando no controle da saciedade. Ou seja, mesmo com uma menor ingestão de alimentos o paciente se sente satisfeito. Em decorrência disso, o indivíduo em tratamento com o dispositivo acaba emagrecendo e melhorando sua qualidade de vida.
É importante lembrar: há dois modelos de balões intragástricos aprovados para utilização no Brasil:
- Balão intragástrico ajustável: o sistema exclusivo utilizado no balão intragástrico ajustável SPATZ 3 permite que se diminua ou aumente o seu volume de forma estratégica. Além disso, possui autorização dos órgãos competentes para um tratamento de até 12 meses ininterruptos. Conforme a avaliação da equipe médica é possível iniciar o tratamento com um volume baixo e aumentá-lo aos poucos. Os especialistas costumam recomendar esse modelo, por evitar os desconfortos inicias do tratamento com o balão intragástrico. O método proporciona um melhor período de adaptação do organismo com a presença do balão intragástrico, evitando o abandono do tratamento. Conforme o organismo vá se acostumando com a presença do balão, o médico pode aumentar gradativamente o volume para obter melhores resultados. Um deles é evitar o ganho de peso após a retirada do balão.
- Balão intragástrico de volume fixo: quando o modelo escolhido é o balão intragástrico de volume fixo, não é possível ajustar o volume ao longo do tratamento. Por isso, os médicos precisam inflar o balão em sua capacidade máxima, desde sua inserção. Isso acarreta um maior índice de desistência do tratamento, por conta dos efeitos colaterais. O abandono do tratamento nos primeiros dias se dá pela má adaptação ao dispositivo dentro do estômago, apresentando náuseas, enjoos, vômitos e dores.
Quem pode fazer o tratamento com o balão intragástrico?
Engana-se quem pensa que qualquer um pode usar o balão intragástrico para emagrecer. Bem como outros tratamentos auxiliares no combate à obesidade, para colocar o balão intragástrico também há regras: é necessário ter Índice de Massa Corporal (IMC) maior que 27 e preferencialmente, ter mais que 18 anos. O IMC é uma medida adotada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para unificar os índices relacionados ao peso.
Para saber o IMC de cada pessoa, é necessário dividir seu peso por sua altura ao quadrado. O resultado indica a classificação, conforme parâmetros a seguir:
- IMC abaixo de 17: Muito abaixo do peso
- IMC entre 17 e 18,49: Abaixo do peso
- IMC entre 18,5 e 24,99: Peso ideal
- IMC entre 25 e 29,99: sobrepeso
- IMC entre 30 e 34,99: Obesidade grau I
- IMC entre 35 e 39,99: Obesidade grau II
- IMC acima de 40: Obesidade grau III, considerada obesidade mórbida
O tratamento com balão gástrico é eficaz?
Algumas pessoas apostam todo o sucesso do emagrecimento no balão intragástrico, achando que isso as fará ser magra para sempre. O que acontece é que o tratamento só será realmente eficaz e duradouro se houver conscientização do paciente sobre mudanças de hábitos. Estar ciente que o balão intragástrico é apenas um dispositivo auxiliar fará com que o paciente perceba que, caso não modifique hábitos, haverá ganho de peso após o tratamento. Somente através de uma reeducação alimentar e prática de atividade física o paciente poderá terá sucesso em seu processo de emagrecimento. Porém, se o tratamento com o balão intragástrico for feito de forma correta, seus benefícios serão muito satisfatórios.
Então é possível recuperar o peso perdido?
As pessoas que têm reganho de peso após o tratamento com balão intragástrico não estão dispostas às mudanças de hábitos. Por isso, tanto se fala no acompanhamento multidisciplinar. No período em que a pessoa estiver fazendo uso do balão, precisa se reeducar, ter acompanhamento nutricional, psicológico e com educador físico. São profissionais capacitados, que devem acompanhar o paciente antes da inserção, durante o período de tratamento e após a retirada do balão intragástrico. Este acompanhamento se torna fundamental para que a pessoa emagreça e não volte a ganhar peso após a retirada do balão.
O nutricionista será eficiente para prescrever uma dieta com alimentação equilibrada, rica em nutrientes essenciais ao bom funcionamento do organismo. O psicólogo poderá auxiliar as pessoas a combaterem possíveis descontos emocionais na comida. E ajudará o paciente a manter-se mais focado em seus objetivos. O educador físico indicará o melhor plano para a prática de atividade física. Sempre focada na perda e manutenção do peso. Isso proporcionará um emagrecimento saudável, já que a pessoa estará ingerindo a quantidade certa de comida e queimando calorias, através de exercícios.
Quais os hábitos que precisam ser mudados?
A regra para um emagrecimento saudável, como dito acima, é bem clara. Não há como emagrecer ingerindo mais energia do que se gasta. Por isso, não adianta apenas comer menos, com a ajuda do balão intragástrico. É preciso queimar as calorias ingeridas.
Transformar a relação que se tem com a comida é o primeiro passo para iniciar um processo de reeducação alimentar. Saber comer bem, de forma balanceada e na quantidade certa evitará o ganho de peso após a retirada do balão. O processo de reeducar a alimentação, o corpo e a mente, durante o tratamento, serve para prolongar o emagrecimento, evitando o ganho de peso após a retirada do balão. Se o paciente se comprometer, mantendo uma alimentação saudável e o corpo em movimento, o ganho de peso não acontecerá de forma descompensada, prejudicando os resultados esperados com o tratamento.
Por isso é tão importante ter o suporte da equipe multidisciplinar. Dessa forma, é possível que médico, nutricionista, psicólogo e educador físico façam um plano estratégico, personalizado para o paciente. Dessa forma, o resultado do tratamento com o balão intragástrico será mais eficaz e o ganho de peso após a retirada do balão controlado pela equipe.