Cólicas, dores abdominais, diarreia, prisão de ventre: são queixas comuns, relacionados a problemas intestinais. Porém, esses sintomas aparecem em diferentes doenças. Por isso, consultar um gastroenterologista para identificar o possível problema intestinal e tratar adequadamente é de suma importância.
Principais distúrbios intestinais
Existem diferentes patologias, relacionadas a problemas no intestino. Abaixo, citaremos as quatro doenças mais diagnosticadas, referentes a problemas intestinais:
Doença de Crohn
A Doença de Crohn é uma inflamação que afeta principalmente o íleo, parte inferior do intestino delgado e o cólon. Acomete todas as camadas da parede intestinal: mucosa, submucosa, muscular e serosa.
Os principais sintomas relatados em consultório são:
- Perda de peso;
- Dor abdominal (normalmente do lado direito, na parte inferior) associada à diarreia;
- Febre;
- Sensação de fraqueza (proveniente da má absorção de nutrientes)
- Estomatite.
Algumas pessoas podem apresentar também sintomas secundários, como: aftas, feridas de pele, nódulos dolorosos e avermelhados, inflamação ocular, pedras no rim e na vesícula. Dentre os sintomas mais graves, a obstrução intestinal e a presença de fístulas podem acarretar infecções em outras regiões, como a bexiga, por exemplo.
Diagnóstico
Além de exames de sangue, o histórico do paciente e quadro clínico, são fatores observados. Como os sintomas relacionados a problemas intestinais acabam assemelhando-se, exames de imagem podem ajudam a chegar a um diagnóstico mais preciso das áreas afetas. Endoscopia digestiva, colonoscopia, raio X do trânsito intestinal, tomografia e ressonância magnética, são os exames mais indicados.
Tratamento
A doença de Crohn ainda não tem causa definida e é considerada uma patologia sem cura. Seu tratamento consiste em reduzir os sintomas relacionados ao processo inflamatório intestinal.
Os corticosteroides são comumente indicados para o tratamento da fase aguda. Não havendo resposta satisfatória ao tratamento, outros medicamentos são indicados, como os imunossupressores, capazes de reduzir os desconfortos. A indicação cirúrgica acontece apenas em casos mais graves.
Prevenção
Quando estão em período de remissão, os pacientes conseguem ter uma vida normal, mas algumas medidas podem prevenir as crises:
- Não fumar
- Praticar atividade física
- Ter uma dieta balanceada
- Evitar alimentos previamente identificados como causadores de inflamação.
Síndrome do intestino irritado
É uma doença intestinal que antigamente acreditava-se ser causada por fatores emocionais. Com o passar dos tempos, percebeu-se que o intestino possui inervações e hormônios próprios e que pode está associada a alterações estruturais e bioquímicas.
Alguns sintomas típicos da síndrome do intestino irritável são:
- Desconforto abdominal
- Cólicas
- Diarreia alternada com constipação intestinal
- Flatulência exagerada
- Sensação de esvaziamento incompleto do intestino
Diagnóstico
Basicamente, o diagnóstico dessa síndrome intestinal é baseado no quadro clínico e dos sintomas relatados. Como as queixas de distúrbios intestinais são parecidas, é importante fazer uma colonoscopia para o descarte de outros sinais relevantes.
Tratamento
Para tratar a dor são utilizados antiespasmódicos. O medicamento é utilizado para tratar espasmos musculares. Em caso de problemas intestinais, previne contrações involuntárias do intestino. Também podem ser utilizados antidepressivos tricíclicos, anti-inflamatórios e em casos mais graves, a morfina.
Para diarreia, medicamentos que aumentam a consistência das fezes e reduzem a movimentação intestinal são boas opções. Havendo constipação, uma dieta rica em fibras e uso de laxantes osmóticos, ajudam a aliviar o quadro.
Prevenção
- Evite fumar
- Mantenha uma rotina de exercícios
- Tenha uma dieta balanceada
- Esteja atento e evite os alimentos que possam desencadear os sintomas
- Tratamentos terapêuticos destinados a relaxamento e redução de estresse também trazem benefícios
Retocolite ulcerativa
Também não há uma causa definida para esse problema intestinal, mas observa-se que fatores genéticos e autoimunes estão ligados ao seu aparecimento. A inflamação acomete principalmente a mucosa que reveste o intestino grosso, provocando lesões contínuas na área que se manifesta.
Os principais sintomas são:
- Diarreia, associada ou não à presença de sangue (em casos mais intensos pode haver presença de pus)
- Cólicas
- Perda de peso, devido às crises recorrentes de diarreias
Diagnóstico
O diagnóstico dessa doença intestinal é feito via endoscopia retal. A colonoscopia também é efetiva para verificação das condições do intestino. Exames de sangue para detecção de distúrbios relacionados à doença também são indicados.
Tratamento
O tratamento da doença objetiva reduzir a fase crítica e proporcionar maior tempo de remissão. São utilizados primeiramente sulfa e seus derivados. Não havendo resposta, podem ser administrados corticoides e nos casos mais graves, é prescrito antibiótico.
Prevenção
- Evite alimentos com fibras insolúveis para não agravar o quadro de diarreia
- Procure assistência médica, quando houver sangramento intestinal e períodos prolongados de diarreia
- Reduza consumo de alimentos picantes
- Evite leites e derivados, eles podem aumentar a fermentação intestinal
- Bebidas como vinho, espumante e cerveja, também podem aumentar a fermentação
Constipação intestinal
Popularmente chamada de prisão de ventre ou intestino preso, se caracteriza pela dificuldade em evacuar. Caracteriza constipação intestinal quando o paciente vai ao banheiro duas ou menos vezes por semana.
Sua causa está associada a uma dieta pobre em fibras, baixa ingestão de líquido, sedentarismo e excesso de consumo de proteína animal e produtos industrializados.
Os sintomas mais característicos são:
- Poucas evacuações semanais
- Fezes endurecidas, ressecadas e de pouco volume
- Desconfortos abdominais (inchaços e distensão)
- Gases
- Mal-estar
Diagnóstico
O histórico do paciente juntamente com exames como hemograma e sangue oculto nas fezes, colonoscopia e tempo de trânsito das fezes, são eficientes para um melhor entendimento da causa do problema intestinal.
Tratamento
Como a constipação não é considerada uma doença, e sim um sintoma, seu tratamento consiste em corrigir suas causas. Basicamente, uma dieta rica em fibras e alimentos laxativos (como mamão, ameixa) e maior ingestão de líquidos é a primeira medida a ser tomada. Quando isso não surte efeito, pode ser prescrito uso de supositórios ou enemas para melhor eliminação das fezes.
Prevenção
- Ir ao banheiro assim que a vontade aparecer
- Evitar situações de estresse e ansiedade
- Aumentar a ingestão de fibras e líquido
Agora que você conhece um pouco sobre os distúrbios intestinais mais comuns, fique atento! Os especialistas indicam, inclusive, prestar atenção nas características de suas fezes para detecção de possíveis problemas.