Qual será o elixir da longa e boa vida? Qual é o segredo para se viver cada vez mais tempo e com mais qualidade de vida? Segundo o cientista norte-americano Dan Buettner é a alimentação!
Existem cinco regiões do mundo onde suas populações vivem em média mais de 100 anos. Hoje sabemos disso graças ao multifacetado pesquisador, educador, escritor, palestrante, produtor e repórter Dan Buettner, de Minnesota, Estados Unidos. Convidado pela revista National Geographic para escrever a matéria de capa da edição de novembro de 2005 sobre “Os segredos da Vida Longa” (Secrets of Long Life), Buettner descobriu o que mais tarde chamou de “As Zonas Azuis” (The Blue Zones), que deram o nome de seu bestseller lançado em 2008.
“O que descobrimos é que as pessoas nessas regiões não só vivem mais tempo – cerca de dez anos acima da média – mas vivem melhor a sua velhice”, disse à BBC o cientista americano. E a explicação para tal feito não poderia ser mais trivial e complexa ao mesmo tempo: a alimentação. Para escrever seu livro de sucesso, Buettner estudou os hábitos alimentares das pessoas de Okinawa, uma ilha no Japão, da cidade de Loma Linda, na California (EUA), da ilha de Ikaria, na Grécia, da Sardenha, região da Itália, e da península de Nicoya, na Costa Rica. O segredo é que nestes lugares tão especiais as pessoas não têm o costume de comer alimentos ultraprocessados (enlatados, embutidos, congelados, comidas instantâneas, refrigerantes, salgadinhos, temperos prontos…). Segundo o autor, a maioria dos alimentos que aquelas populações consomem são vegetais, oleaginosas e grãos.
Quando se fala em proteína, os peixes são os preferidos das Zonas Azuis. “Eles consomem cerca de três porções de peixe por semana, a mesma frequência dos ovos. Mas comem pouca carne vermelha, cerca de cinco porções por mês”. No Brasil, por exemplo, consumimos muito mais carne do que o indicado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). De acordo com estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o brasileiro consome em média mais de 240g de carne por dia, enquanto o a recomendação é não ultrapassar 50g diárias, pois a partir deste limite aumenta-se o risco de câncer em 18%.
Nas Zonas Azuis o consumo de alimentos se limita ao que se é capaz de produzir localmente, pois ainda não sofreram grande influência da indústria internacional de alimentos, liderada pelos EUA. A alimentação saudável não é algo forçado, mas sim espontâneo. Eles comem bem porque não há tentações. “Nas Zonas Azuis, a ideia de ‘alimentação saudável’, que para muitos é uma imposição, para eles é simplesmente ‘comer normalmente’, como têm feito há anos”, explica o escritor. Enquanto nosso paladar foi destruído pelo açúcar, pelo sal e pela gordura dos alimentos processados, os habitantes das Zonas Azuis estão acostumados a dedicar tempo para preparar suas refeições, com o paladar livre dos vícios da indústria.
Mudar hábitos alimentares não é uma tarefa fácil, principalmente porque comer está entre as atividades sociais de que mais gostamos. Mas é possível, com auxílio de profissionais de saúde competentes, aprender a comer melhor. Hoje no Brasil temos uma crescente oferta de emporios, restaurantes e até supermercados que oferecem produtos naturais ou muito pouco processados. O grande segredo é a tomada de decisão por uma vida com mais qualidade e, consequentemente, mais longa!
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